sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A Sordidez da Globo!!!!!


A GLOBO CADA VEZ MAIS SÓRDIDA
É de conhecimento de todo e qualquer carioca avesso a relações anais com panelas e orais com coxinhas, que o prisioneiro Sérgio Cabral orientou a sua quadrilha e seus coxinhas amestrados a votarem a favor do impeachment de Dilma, em que pese ter a sua fortuna substancialmente aumentada graças aos roubos cometidos nos investimentos federais, para a Copa e as Olimpíadas (Sérgio Cabral não tem nenhum caráter, um dia ainda contarei um episódio da quadrilha dele comigo, quase me levando à falência).
Eduardo Cunha, parceiro e sócio de Cabral, recebeu Michel Temer muitas vezes em sua casa, com a presença de Eduardo Paes, não menos ladrão que Cabral, para arquitetarem o golpe.
São públicas as fotos de Cabral no baixo cheiron, digo Leblon, em restaurantes de luxo e baladas, na companhia de Aécio Neves, combinando tacadas e maracutaias.
Agora vem a Globo tentar ligar Cabral a Lula e Dilma.
Isso é de uma cretinice indigna de qualquer escroque, mesmo que seja um Cunha, Temer ou Cabral.
Em Brasília, Temer está mais calado que mudo desmaiado, Romero Jucá, um pupilo de Ali Babá, pediu pare não condenarmos Cabral a priori, fingindo que não é a posteriori, já que ele roubou mesmo.
Você, que não é fluminense, se quiser saber onde ficam as áreas mais nobres, com o metro quadrado mais caro do Estado, preste a atenção no noticiário, eles ficam nos municípios e bairros, no Rio, capital, onde Cabral e quadrilha têm mansões, sítios e fazendas.
Renan Calheiros afirmou não saber de nada.
Fosse Cabral do PT e todo o partido, mais que sob suspeita, estaria arrolado, indiciado, na cadeia.
Por causa do nome do rato, Cabral, a operação policial foi chamada de Calicut, a cidade indiana(entreposto) onde o outro Cabral, o Pedro Álvares, se deu mal.
As denúncias da direção da Odebrecht continuam, e já há mais de 80 nomes citados, nenhum petralha, nenhum mortadela, nenhum comunista, só um bando de tucanos e praticamente todos os membros do governo federal.
Se essa operação se chamou Calicut, a próxima, pela altura do chefe da quadrilha, será chamada de Liliput, a terra dos anões, de Gulliver?
A Polícia Federal prendê-lo-á ou perdoá-lo-á, em homenagens às mesóclises que lhe são tão caras?
Esgotado o estoque de meia dúzia de petistas, de algumas dúzias de pepistas, chegou a vez das centenas de peemedebistas.
Quando chegará a vez dos milhares de tucanos, os peessedebistas?
Francisco Costa
Rio, 17/11/2016.
P.S.: responda rápido: quantos mil pedalinhos vale o iate do Sérgio Cabral?

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Violência atrai violência

Que força é essa ?
O pai que atirou e tirou a vida do próprio filho em Goiânia , não puxou o gatilho sozinho . A cultura do ódio alimentada e disseminada pela mídia e por redes sociais puxou junto . Aqueles que apoiam , incentivam e fazem apologia a violência contribuíram para esta tragédia .
Que força é essa , que fez com que o carro em que estava um senador da república , que se dirigia ao Palácio da Alvorada na noite de ontem para mais um jantar promovido as expensas do povo brasileiro , avançasse contra jovens secundaristas que protestavam contra o motivo do jantar - Aprovação da PEC 55. Simbolicamente o veículo estava na contramão, bem como estes senhores que estão decidindo o futuro dos trabalhadores do país . Senhores estes que decidem agora - os próximos cem anos do Brasil . Pois o efeito desta PEC é devastador .
Que força é essa , que um segurança da Presidência da República usou para desferir um golpe com o cacetete no cotovelo de uma professora , de compleição física magra e pequena , que foi ao socorro do jovem que foi arrastado pelo carro do senador ?
Que força é essa , que fez com que os seguranças da Presidência utilizem o gás de pimenta , com tanto prazer em direção aos manifestantes?
Essa é a força que alimenta a violência, o ódio , o desrespeito .
É a força que desqualifica quem pensa diferente . Enxerga o diferente como inferior , como um mal que precisa ser extirpado.
Cada um que alimenta essa cultura do ódio , tem responsabilidade pelo resultado dela .
Pelo retorno do Estado de Direito Democrático.
Pelo respeito a vida !
Por solidariedade à família do jovem que teve a vida ceifada .
Por empatia a professora que além da dor física , sente a dor moral em ser desrespeitada- agredida .
Pelo Direito de Ser Humano .

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Retirado da Internet / Binho Oliveira


"A maior perda sofrida pelo Brasil com o golpe não está no campo econômico, social ou político — embora em todos estes campos os prejuízos sejam imensos.
Nenhuma perda no entanto se iguala a uma que não pode ser medida em números, ou algoritmos, ou qualquer coisa do gênero.
Trata-se da perda de pudor.
A plutocracia impôs ao Brasil uma carga devastadora de descaro, cinismo, hipocrisia. É como batessem sua carteira e ainda dissessem que estão fazendo um bem para você.
Vistas em retrospectiva, algumas cenas são particularmente memoráveis no pudor perdido.
Uma delas fica para a posteridade estudar: o comportamento de Teori Zavascki diante de Eduardo Cunha. Fazia tempo que Teori tinha todas as informações necessárias para afastar Cunha do comando de um processo de extrema importância para o país.
Mas ele se movimentou apenas depois que Cunha fez todo o trabalho sujo, com seus conhecidos métodos.
Por que a espera? A resposta é dolorida demais para que a aceitemos: porque Cunha já não tinha serventia.
Teori jamais foi questionado sobre os motivos, como se o caso fosse banal. Nenhum jornal fez sequer um mero editorial nem que fosse apenas para guardar as aparências.
É como um juiz que só se mexe depois que a cadeira elétrica foi acionada, mesmo tendo na gavetas provas incontestáveis da inocência do réu.
Outro episódio chocante no processo de perda de pudor se deu agora com as propinas milionárias de Serra. A mídia plutocrática barra o noticiário e todos fingem que nada há de errado com um chanceler em cuja conta — no exterior — foi depositado o equivalente a 34 milhões de reais em dinheiro de hoje.
O jornalista americano Glenn Greenwald anotou o seguinte no Twitter, ao retransmitir um texto em que o Globo trazia a lista de compras de supermercado de Dilma. “Agora entendemos por que os jornalistas do Globo não têm tempo para cobrir o caso Serra.” (Cito de cabeça: podem ter sido outras as palavras, mas o sentido é exatamente aquele.)
Rir ou chorar da miséria humana, perguntaram-se grandes filósofos da Antiguidade. O consenso foi que era melhor rir.
Rir ou chorar da miséria humana e jornalística, podemos agora nos perguntar. Rir — mas como é difícil.
Em nada, no entanto, é tão clara a perda de pudor do que no caso Lula-Moro. Os papeis estão definidos como num roteiro de Hollywood.
Moro é o juiz e Lula o criminoso. Os fatos não apoiam esse script? Ora, danem-se os fatos, como escreveu Nelson Rodrigues.
Um país sem pudor não tem nada a que se agarrar no campo das virtudes. Nele vigora a lei do mais forte, e a plutocracia pode muito com suas moedas.
É o nosso caso, lamentavelmente. O golpe nos fez uma desprezível república de bananas.
Riamos — pelo menos quanto isso for permitido." Por Regina Schmitz

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Excelente texto de Marcelo Semer, Juiz de Direito em São Paulo, 05/11/2016. O outono da nossa democracia

É comum que se diga que a esquerda, ou uma certa entidade abstrata, vez por outra alcunhada de bolivarianismo, governou o pais por treze anos.
A bandeira do Brasil não ficou vermelha.
Nenhuma empresa foi nacionalizada. Não houve desvio algum por meio de participação popular – nem um mísero plebiscito nesse tempo todo. Nenhuma alteração para aumentar mandatos próprios ou reduzir os alheios foi sequer proposta. Nenhum instrumento de censura foi criado, nem contra a mídia partidariamente ativa. Não houve polícia política –e se tivesse havido, certamente não seria para sustentar o governo. Até a remuneração do sacrossanto sistema financeiro foi mantida incólume –ou mesmo em ascensão. Nenhum torturador dos anos de chumbo, enfim, foi preso.
O tal bolivarianismo percorreu quatro eleições.
Em cerca de seis meses de governo interino e tampão, a Constituição já envelheceu vinte anos. A proteção social está sendo desfigurada por um teto orçamentário que deve travar o futuro de toda uma geração; a educação ideologicamente reformada por medida provisória; os longevos instrumentos de proteção da legislação trabalhista estão com os dias contados. Na política externa, dá-se o cavalo de pau em um transatlântico.
Para essas mudanças, que significam uma inversão expressiva de rumo, não foi preciso nenhuma eleição.
Só isso seria suficiente para que o conceito de normalidade democrática ficasse seriamente abalado. Afinal, se é possível uma mudança de tal porte sem eleições, para que mesmo elas seriam necessárias?
Infelizmente, o outono de nossa democracia não para por aí.
Vai sendo sentido nas grandes decisões e também nas pequenas atitudes.
Uma lei restringindo conteúdos que um professor pode dar em sala de aula, um espetáculo teatral interrompido pela polícia, por desrespeito ao país, a normalidade com que atos equiparados a tortura são admitidos como legítimos por autoridades incumbidas de garantir direitos. O esfacelamento do direito de greve faz par com a incessante criminalização dos movimentos sociais.
Como é comum nas ditaduras, até os menores agentes se sentem livres para soltar as garras de repressão. Um discurso judicial que reconhece legítima defesa no massacre, uma recomendação-mordaça que expulsa a política de espaços universitários, o estado de exceção admitido expressamente como fundamento para a exclusão da legalidade.
São pequenos estados de sítio incidentalmente declarados a cada dia.
O superpoder geral de cautela vai se tornando álibi para a supressão de liberdades e a solidez da cláusula pétrea desmancha no ar com a substituição de princípios por políticas abonadas pela mais alta Corte de justiça.
O encarceramento em massa que já fez nossa população prisional dobrar em uma década parece não ter sido ainda suficiente para aplacar tanta ira –apesar de combustível premium para o crescimento da própria criminalidade.
Embalado pelo sucesso midiático, o Ministério Público Federal apresenta um pacote de mudanças criminais que é um verdadeiro código da acusação –proposta de enorme potencial encarcerador e de vigor político para a própria instituição, amputando poder judicial e esmagando a defesa. Inúmeros mecanismos processuais norte-americanos são importados com entusiasmo, sem que se alerte que o encarceramento por lá resultou em 2,3 milhões de presos, majoritariamente negros, além de um altíssimo investimento no sistema penitenciário de que aqui nem se cogita.
Como conciliar 10 medidas encarceradoras com vinte anos de teto de gastos públicos, é uma pergunta que só faz calar.
Sim, é verdade, nós já vivemos crise pior que essa, seja na economia, seja na política.
Eu nasci em plena ditadura, entre o golpe de 64 e o AI-5. Quando fiz dezoito anos, estava nas ruas lutando por eleições diretas, que nos eram proibidas. Tínhamos ainda o porrete do Estado sobre nossas cabeças –Brasília sitiada por tanques, sindicalistas presos e um general no poder.
Havia, porém, um sopro de esperança no ar. A tarde caía como um viaduto, mas o futuro abria-se em um caminhão de perspectivas. Retomar a democracia, construir uma sociedade solidária, reduzir a enorme desigualdade que mantinha milhões em miséria.
Hoje quem tem dezoito anos é minha filha e saber que amanhã vai ser outro dia só nos remete a imagens ainda mais ameaçadoras.
Marcelo Semer é Juiz de Direito em SP e membro da Associação Juízes para Democracia. Junto a Rubens Casara, Márcio Sotelo Felippe, Patrick Mariano e Giane Ambrósio Álvares participa da coluna Contra Correntes, que escreve todo sábado para o Justificando

Juvandia Moreira: Estaria o STF em conluio com banqueiros e empresários, os únicos que ganharão com a terceirização ilimitada?

Estaria o STF em conluio com o desmonte do Estado e dos direitos trabalhistas?
Com a terceirização perdem o Estado e a sociedade, só ganham empresários e banqueiros 
por Juvandia Moreira*
O Supremo Tribunal Federal (STF) tem um importante papel na próxima semana.
Dia 09 de novembro está marcado o julgamento de um recurso que trata da contratação de funcionários terceirizados por uma empresa de celulose (Cenibra).
A decisão da corte vai afetar milhões de empresas e trabalhadores porque trata da legalidade da terceirização para atividade-fim das empresas e servirá de base para todas as decisões judiciais semelhantes, definindo se é legal ou ilegal precarizar as condições de trabalho no Brasil.
Os efeitos da liberação da terceirização serão nocivos para o país.
Além de reduzir salários, aumentar jornada, a rotatividade e a possibilidade de acidentes de trabalho, a terceirização irrestrita no setor financeiro, por exemplo, vai aumentar e atingir todos os segmentos, como as gerências, caixas, crédito e áreas de tecnologia, colocando em risco o sigilo bancário e gerando um risco sistêmico para a economia brasileira, na medida em que decisões fundamentais em relação à concessão de crédito, aplicações financeiras e outras ficará fora do controle dos trabalhadores que têm as habilidades e competências técnicas e jurídicas para desempenhar tais atividades.
O setor patronal espera poder elevar a terceirização porque assim reduz os custos com pessoal e, consequentemente, aumenta o lucro.
Uma pesquisa da Confederação Nacional da Industria (CNI) mostra que 91% das empresas que terceirizam consideram a alternativa importante para reduzir custos. Isso explica porque o número de estabelecimentos que prestam serviço de correspondente bancário cresceu quase 2000% entre 2000 e 2016, atingindo 278 mil atualmente, de acordo com o Banco Central.
No setor bancário, a diferença de renda anual entre o trabalhador bancário e de telemarketing terceirizado no setor, que recebem o piso da categoria é de 72,6%, considerando férias, 13º, auxílios alimentação e refeição, auxílio creche, FGTS e participação nos lucros e resultados.
Ou seja, o trabalhador terceirizado recebe somente 27,4% da renda anual percebido pelo trabalhador bancário em um ano (tabela).
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Com a terceirização irrestrita, o Estado também vai arrecadar menos. Considerando uma alteração na forma de contratação do bancário como um terceirizado e utilizando como parâmetro a remuneração do trabalhador de telemarketing, onde a remuneração anual incluindo salário médio e PLR, a diferença anual de arrecadação incidente sobre a folha de pagamento cai em 96% por trabalhador.
A aprovação da terceirização irrestrita tem graves consequências para o país.
O Estado perde arrecadação já que os impostos sobre a folha salarial serão fortemente reduzidos e aumenta seus custos de outro lado, pois terá que gastar mais com problemas de saúde decorrentes do trabalho precário e com seguro desemprego.
Perde a classe trabalhadora porque terá sua remuneração e os benefícios reduzidos, terá empregos menos estáveis e mais inseguros, com menores possibilidades de organização sindical.
Perde a economia como um todo (incluindo boa parte das empresas que dependem do mercado interno para sobreviver, como o comércio, por exemplo), já que o principal motor do crescimento econômico que é o consumo das famílias ficará enfraquecido.
Só ganham poucos empresários, entre eles dos setores financeiro, da aviação, setor elétrico, plano de saúde, telefonia e banqueiros, uma elite gananciosa, que só pensa em aumentar suas margens de lucro e não tem compromisso com a geração de emprego e renda e com o desenvolvimento sustentável do país.
Vivemos um desmonte do Estado, onde o Executivo e o Legislativo realizam a aprovação da PEC 241 e da Reforma da Previdência e estão jogando a Reforma Trabalhista para ser aprovada no Judiciário.
Nos últimos meses, o STF julgou o fim da ultratividade dos acordos, a desaposentação e autorizou o corte imediato do ponto nos casos de greve de servidores públicos.
O Sindicato e a CUT continuam na luta contra todas as formas de precarização das relações do trabalho e estamos cobrando do STF que não faça parte desse desmonte, na certeza de que o Supremo não contribua para aprofundar as desigualdades sociais e a retirada de direitos dos trabalhadores.
Juvandia Moreira é presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, vice-presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e diretora executiva da CUT Nacional. 
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domingo, 6 de novembro de 2016

O Corinthians vendeu mais do que jogadores

O Corinthians vendeu mais do que jogadores
Vendemos demais, agora é hora de mostrar que nem tudo está à venda
Foto: Cena do filme '1976 - A Invasão Corinthiana'
No começo de 2016 vendemos nosso elenco campeão. Vendemos com alguma facilidade, assim como já aprendemos a vender o patrocínio nas camisas, nas bermudas, nas omoplatas. Vejam vocês: já vendemos tanto que até fomos capazes de vender um lugarzinho atroz nos nossos sovacos.
Vendemos o que tínhamos e até o que não tínhamos, mesmo quando vendíamos para empresas nebulosas.
Foi no manto - que sempre chamamos de sagrado - que começamos a vender cada coisa que era nossa. Vender virou tão parte de nós, que lamentamos muitíssimo o fato de não conseguirmos vender o um dos nossos direitos: o direito de nomear a nossa própria casa.
Vendemos uma nação, transformada em república numa campanha de marketing. Vendemos o tradicional preto e branco para ter o laranja, roxo e azul - industrializados e repetidos à exaustão em vários outros times do mundo. Vendemos até a torcida numa ação fictícia qualquer usaram em vão nosso nome para cantar marcas, ao invés dos nossos hinos. Vendemos a terra da Arena e o mando de campo, vendemos a pré-temporada.
Vender virou tão importante, que agora, ocupa o cargo mais alto no clube, exatamente um reconhecido vendedor. Pagamos o pato, mas até o Pato vendemos.
Nos contaram que vender era bom. Que vender o pouco que tínhamos, daria ao Corinthians aquilo que a gente não tinha: dinheiro, estádio, títulos incontáveis. Éramos (ainda somos?) o time do povo: de alma autêntica, paupérrima, mas ambiciosa. Uma alma endurecida, capaz de resistir à anos sem vitória, porém consciente de que a grandeza do clube merecia algo muito mais grandioso que os campos da várzea.
Só que hoje, perdemos. De goleada. E agora sofremos na derrota, talvez mais do que nunca. Não sofremos os gols tomados, mas sofremos porque, hoje, especialmente há no peito do torcedor uma dor indignada, que há algum tempo incomoda, se agrava. Há o desejo de chorar aquele choro incontido da raiva. E, se choramos hoje é porque nos demos conta de que perdemos mais do que o jogo.
Sofremos porque vemos hoje um castelo de sonhos desfeito. Um mundo de ilusões terminadas. Percebemos que fomos iludidos.
O choro, a raiva e a dor que sentimos hoje é um choro de quem constatou que, no afã de vender, deixamos que negociassem também nossa alma. Tomaram como brindes, a cada negociação, aquilo que nos era mais precioso. Roubaram-nos, enganaram-nos. Tentaram nos despir daquilo que fazia do Corinthians, o Corinthians.
Sofremos de saudade, porque, agora, o maloqueiro e sofredor (graças à Deus) não pode mais se encontrar com o Corinthians. O que restou do Corinthians-vendido? Uma fantasma de um time em campo, arrastado, sem gana, sem alma. Um time vendido, entregue. No meio da goleada, perdemos mais que os 3 pontos, mais que um clássico.
Fomos subtraídos por oportunistas, interesseiros, que viram no Corinthians o potencial e o poder de mover multidões - ao Rio ou ao Japão. Mas, o que eles não contavam é que foram enganados pela também sua própria ganância: talvez porque nada sabiam sobre a verdade deste sentimento.
Eles não sabem que o corinthianismo é chama viva, que não pode ser aprisionado, comercializado. Não tem valor de mercado porque se multiplica, com força e abundância. O Corinthians viverá e sobreviverá ao tempo. E se for preciso, que desmorem as Arenas. Nós não precisamos de nada disso - porque o Corinthians, e só o Corinthians, não é um time que tem uma torcida - é uma torcida que tem um time.
A corrente é forte. Superaremos.