sábado, 30 de agosto de 2014

PROFESSOR DESMONTA CONTEÚDO DO SITE “MARINA DE VERDADE” Gustavo Castañon, filiado ao PSB, contesta informações sobre a Bláblárina. do blog "Conversa Afiada

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Candidata Marina Silva, meu nome é Gustavo Castañon. Sou, entre outras coisas, filiado há mais de dez anos ao PSB, partido que hoje a senhora usa para se candidatar, professor na Universidade Federal de Juiz de Fora e um cristão convicto, como acredito que a Senhora também seja, do seu jeito.
Investida de seu eterno papel de vítima, sua campanha lançou um site na internet chamado “Marina de Verdade” (com V maiúsculo mesmo) para combater supostas “mentiras” espalhadas contra a senhora na internet. Vou aqui responder uma a uma as afirmações de seus marqueteiros no site citado, oferecendo os links de fontes das minhas afirmações.
1 – Não Marina, você não sofre preconceito por ser evangélica.
Você é que acredita que todos aqueles que não compartilham de suas crenças queimarão eternamente no fogo do inferno. É o que está claramente descrito no credo (credo 14) de sua agremiação religiosa. Que nome podemos dar a isso? Certamente é um nome mais assustador do que intolerância ou preconceito. Talvez essa seja a origem de seu maniqueísmo, já que separa o mundo entre os bons, que apoiarão seu possível governo, e os maus, que lhe fariam oposição, como eu. O seu problema não é ser protestante. É ser da Assembleia de Deus, associação pentecostal de vários ramos que interpreta literalmente o Antigo Testamento, e que tem entre seus pastores Marcos Felicianoque vende curas a paraplégicos, e Silas Malafaia, este homem que hoje defende da “cura gay” à teologia da prosperidade e vende bênçãos de Deus. Eu me pergunto: o que alguém que faz parte de uma organização que faz comércio com a palavra de Cristo é capaz de fazer na vida política? Qual o nível de inteligência que pode possuir alguém que faz interpretações tão rasteiras do significado da Bíblia? Essas são perguntas legítimas que as pessoas se fazem, e não por preconceito, mas por conceito.
2 – Não Marina, o Estado Laico deve intervir nas práticas religiosas quando são fora da lei.
Se uma religião resolve reinstituir o sacrifício de virgens dos Astecas ou a amputação de clitóris comum em alguns países muçulmanos hoje, o estado tem que observar inerte essas práticas em nome da liberdade religiosa e do laicismo? Não, candidata. Nenhuma organização está acima da lei num Estado Laico.
3 – Não Marina, você não é moderna, você é uma fundamentalista mesmo.
O fundamentalismo religioso não é a negação do Estado Laico, essa é só uma espécie de fundamentalismo, o teocrático. O fundamentalismo se caracteriza pela crença de que algum texto ou preceito religioso seja infalível, e deva ser interpretado literalmente, tanto em suas afirmações históricas como comportamentais ou doutrinárias. E o ataque ao Estado Laico pode vir também pela incorporação de leis, que desrespeitem as minorias religiosas ou não religiosas, impondo um valor comportamental de determinada religião a todos os cidadãos. Isso faz da senhora uma fundamentalista (Assembleista) que compartilha das crenças de Feliciano e Malafaia, e uma adversária, se não do Estado Laico, do laicismo que deveria orientar todas as nossas leis, pois defende plebiscitos sobre esses temas para impor a vontade das maiorias religiosas sobre as minorias em questões comportamentais.
4 – Não Marina, você é, sim, contra o casamento gay.
Você agora diz que está sofrendo ataques mentirosos na internet sobre o tema, mas sempre se colocou abertamente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, defendendo somente a união civil nesse caso. E não adianta simular que o que o movimento gay está reivindicando casamento religioso. O casamento é também uma instituição civil. Você só defende união de bens, sem todos os outros direitos que o casamento confere às pessoas. O vídeo acima e mais esse vídeo aqui provam esse fato de conhecimento público.
PS: Hoje, dia 29/08/2014, ao lançar seu programa de governo, a candidata mudou uma posição defendida por toda vida, faltando um mês para a eleição. Por que?
5 – Realmente Marina, você não é petista.
Você abandonou o partido que ajudou inestimavelmente a construir sua vida política, ao qual você deve todos os mandatos e o único cargo que ocupou até hoje, porque não tinha espaço para sua candidatura à presidência. Hoje, você busca se associar, sem qualquer pudor ou remorso, a inimigos ideológicos históricos do partido, repetindo as práticas que supostamente condena no PT e chama de “velha política”. Só que faz isso somente para chegar ao poder e construindo um projeto oposto àquilo a que defendeu toda a vida.
6 – Realmente Marina, você não é tucana. Mas sua equipe econômica é.
Sua equipe econômica conta com André Lara Resende e Eduardo Giannetti, ex-integrantes da equipe econômica do governo FHC, além de seu coordenador Walter Feldman, que fez toda sua história no PSDB. Suas propostas econômicas são as mesmas do PSDB. Agora, de fato, o que nem o PSDB jamais teve coragem de ter é uma banqueira como porta voz de sua política econômica… Você não quer alianças com governos atuais de nenhuma agremiação, como o de Alckmin, exatamente para manter sua imagem de anti-tudo-o-que-está-aí. Mas não se sente constrangida em ter o vice de Alckmin na coordenação financeira de sua campanha, nem de convidar o “bom” representante de sua “nova política” José Serra para seu governo…
7 – Não Marina. Você defendeu, sim, Marcos Feliciano.
Você afirmou que ele era perseguido na CDH não por causa de suas posições políticas, mas por ser evangélico. Disse que isso era insuflar o preconceito religioso. Não, candidata. Você está falando de seu companheiro de Assembleia de Deus, um homem processado por estelionato, que pede senha de cartão de crédito de seus fiéis, que defende que os gays são doentes e os descendentes de africanos amaldiçoados. Recentemente, esse homem que você afirma ser vítima do mesmo preconceito que você sofreria, afirmou à revista Veja: “Eu não disse que os africanos são todos amaldiçoados. Até porque o continente africano é grande demais. Não tem só negros. A África do Sul tem brancos”. Ao usar essa estratégia de defesa pra ele e para você, você reforça os preconceitos da sociedade e o comportamento de grande parte dos pentecostais de blindar qualquer satanás que clame “Senhor, Senhor” em suas Igrejas.
8 – Não Marina. Você não é só financiada por banqueiros. Eles coordenam seu programa!
Neca Setúbal, herdeira do Itaú, não é só sua doadora como pessoa física. Ela é a coordenadora de seu programa de governo e sua porta-voz, e já declarou que você se comprometeu a dar “independência” (do povo e do governo) ao Banco Central, que fixa os juros que remuneram os rendimentos dela. Da mesma forma, o banqueiro André Lara Resende, um dos responsáveis pelo confisco da poupança na era Collor e assessor especial de FHC, é o formulador de sua política econômica.
9 – Não Marina, você é desagregadora e vilipendia a classe política. Seu governo será o caos.
Você é divisionista e maniqueísta e implodiu meu partido em uma semana de candidatura. Vai deixar seus escombros para trás quando chegar ao poder, como sabemos e já anunciou, para delírio daqueles que criminalizam a política. Seu partido é nanico, e se não o criar com distribuição de cargos, continuará nanico. Com a oposição certa do PT, terá que governar com a mídia e os bancos, que cobrarão o apoio com juros. Precisará do PMDB, que você acusa de fisiologismo, e do PSDB e o DEM, que lhe exigirão não só cargos, empresas públicas e ministérios, mas também a volta das privatizações. A única base congressual que lhe será fiel é a bancada evangélica, que cobrará seu preço com sua pauta de controle dos costumes e seu fisiologismo extremo. Resultado, você vai entregar a alguém o trabalho sujo do fisiologismo ou mergulhará o país no caos.
10 – Não Marina, seu marido foi sim acusado de contrabando de madeira.
E não só isso, foi acusado pelo TCU de doação de madeira clandestina. A senhora usou sua força política de Ministra para impedir que o caso fosse investigado, como sempre fazem na “velha política”. Mais tarde o MP arquivou, como fazem com todas as denúncias contra membros da oposição. Mais uma vez, fato bem comum na “velha política”. Nada é investigado.
11 – Não Marina, Chico Mendes não era da elite. A elite é que o matou.
Em mais uma tergiversação semântica demagógica, num vilipêndio à memória de seu companheiro, a senhora tomou o termo “elite” pelo sentido de elite moral, para acusar de “divisionismo” os que lutam contra a elite econômica brasileira. Essa mesma elite que mantém o Brasil como um dos dez países mais desiguais do mundo e que hoje está acastelada no seu programa de governo e campanha. Seu discurso despolitizante busca mascarar a terrível e perversa divisão de classes no Brasil e é um insulto aos seus ex companheiros de luta. Seu uso demonstra bem à qual elite você serve hoje, e nós dois sabemos que não é à elite moral. A elite moral desse país está lutando contra a elite econômica para diminuir nossa terrível e cruel desigualdade social. E você, Marina, não é mais parte dela.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Carta-Testamento de Getulio Vargas


A Carta-testamento de Getúlio Vargas, 24 de agosto de 1954:
 
Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
 
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
 
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
 
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
 
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
 
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Um dos maiores times que o Corinthians ja teve

Foto do perfil de Wilson
Criado por Wilson @wilson.bandeira que tem 6 posts no fórum
em 26/08/2014 às 12:34
Ano passado completou 60 anos desta grande conquista e infelizmente os dirigentes do Timão nem sequer mencionaram.
Pequena taça do mundo de 1953
Com a condição de campeão nacional (afinal, o Rio- São Paulo, ganho pelo Timão em 53, dava status ao vencedor), o Corinthians é convidado a participar de um torneio internacional de clubes, na Venezuela.
Além do Timão, foram chamados o Barcelona, campeão espanhol, a Roma, da Itália, e a seleção de Caracas, cidade sede do torneio. Considerado uma grande zebra pelos participantes, o alvinegro, pouco conhecido internacionalmente, provou que não temia ninguém e que tinha uma das melhores equipes da época.
No primeiro jogo, vitória por 1 a 0 contra a forte Roma, com gol de Luizinho. Veio o segundo adversário, e mais show corintiano. Com dois gols de Luizinho e um de Carbone, o Corinthians bateu o Barcelona por 3 a 2. Era líder.
Para fechar o primeiro turno, o Timão enfrenta a seleção local. Dessa vez Luizinho não marca, mas Cláudio e Carbone definem a vitória por 2 a1. Com seis pontos em três jogos, o timão inicia o segundo turno precisando apenas de uma vitória contra o Barça para se sagrar campeão.
Num jogo muito disputado, Goiano acaba fazendo o gol da vitória e do título para o alvinegro do Parque São Jorge. Para fechar bem a sua participação e confirmar o seu poderio, o Corinthians ganha seus dois últimos jogos, 2 a 0 na seleção de Caracas e 3 a 1 na Roma, e sai com uma campanha brilhante.
O atacante Luizinho terminou como artilheiro, com seis gols, mas Cláudio é quem ganha o prêmio de melhor jogador do torneio. O atacante, autor de cinco gols, recebeu o prêmio e troféu de campeão das mãos do presidente da Venezuela Pérez Jimenez.
No retorno ao Brasil, houve enorme celebração: a festa começou no aeroporto de Congonhas e, com os jogadores desfilando em carro aberto, foi até o Vale do Anhangabaú. Estima-se que mais de 100 mil pessoas estiveram presentes.
Campanha - Pequena Taça do Mundo de 1953
14/07/1953 Corinthians 1 X 0 Roma ITÁLIA
18/07/1953 Barcelona ESPANHA 2 X 3 Corinthians
21/07/1953 Corinthians 2 x 1 Seleção de Caracas VENEZUELA
26/07/1953 Corinthians 1 X 0 Barcelona ESPANHA
30/07/1953 Seleção de Caracas VENEZUELA 0 X 2 Corinthians
01/08/1953 Roma ITÁLIA 1 X 3 Corinthians

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O mal que a cultura da sonegação faz ao Brasil / DCM

Stellan
Stellan
Stellan Skarsgard é um ator sueco.
Aos 63 anos, um dos favoritos do cineasta Lars von Trier, tem uma carreira vitoriosa que lhe trouxe fama e dinheiro.
Recentemente, ele concedeu uma entrevista na qual reafirmou seu amor pela Suécia.
“Vivo na Suécia porque o imposto é alto, e assim ninguém passa fome. A saúde é boa e gratuita, assim como as escolas e as universidades”, disse ele.
“Você prefere pagar imposto alto?”, lhe perguntaram.
“Claro. Se você ganha muito dinheiro, como eu, você tem que pagar taxas maiores. Assim, todo mundo tem a oportunidade de ir para a escola e para a universidade. Todos têm também acesso a uma saúde pública de qualidade.”
Skarsgard nasceu e cresceu numa cultura que valoriza o pagamento de impostos. Por isso a Suécia é tão avançada socialmente.
Impostos, como lembrou ele, constroem hospitais, escolas, universidades. Pagam professores e médicos da rede pública, além de tantas outras coisas positivas para qualquer sociedade.
Essa cultura vigora também na Alemanha. Recentemente, o presidente do Bayern foi para a cadeia por sonegar imposto.
Quando o caso eclodiu, as autoridades alemãs fizeram questão de puni-lo exemplarmente sob um argumento poderoso: nenhum país funciona quando as pessoas acreditam que podem sonegar impostos impunemente.
Agora, vejamos o Brasil.
Há anos, décadas a mídia alimenta uma cultura visceralmente oposta.
Imposto, você lê todo dia, é um horror. O Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo (o que é mentira). Imposto é uma coisa injusta.
Bem, a mensagem é: sonegue, se puder. Parabéns, caso consiga.
Não poderia haver coisa mais danosa para os cidadãos do que esta pregação diuturna da mídia.
Você os deforma moralmente. Tira-lhes o senso de solidariedade presente em pessoas como o ator sueco citado neste artigo.
Além de tudo, a cultura da sonegação acaba chancelando os truques praticados pelas grandes companhias de mídia para escapar dos impostos.
Considere o caso célebre da sonegação da Globo na compra dos direitos de transmissão da Copa de 2002.
Nestes dias, vazou toda a documentação relativa ao caso. Uma amostra já tinha vindo à luz – na internet, naturalmente – algum tempo atrás, num furo do site Cafezinho.
Só a cultura da sonegação pode explicar o silêncio sinistro que cerca este escândalo fiscal.
Até aqui, a Globo não deu uma única satisfação à sociedade. Não se desculpou, não se justificou. É como se nada houvesse ocorrido.
Também a Receita Federal, até aqui, não disse nada. Mais uma vez, é como se nada houvesse ocorrido no âmbito da receita.
Nenhuma autoridade econômica, igualmente, se pronunciou. De novo, é como se nada houvesse ocorrido numa área tão vital para a economia como a arrecadação de tributos.
E a mídia?
Bem, a mídia finge que não está acontecendo nada.
Contei já: quando o Cafezinho publicou os documentos, falei com o editor executivo da Folha, Sérgio Dávila.
Ponderei que era um caso importante, e ele aparentemente concordou porque logo a Folha fez uma reportagem sobre o assunto.
Uma e apenas uma. Em seguida, a sonegação da Globo sumiu da Folha para nunca mais retornar.
Se conheço as coisas como funcionam nas redações, um telefonema de um Marinho para um Frias – as famílias são sócias no Valor — pôs fim à cobertura.
Volto a Stellan Skarsgard.
Em todo país socialmente desenvolvido, pagar impostos é uma coisa sagrada. E sonegá-los é um ato de lesa sociedade, passível de punição exemplar.
O Brasil sofreu uma lavagem cerebral da mídia.
Uma das tarefas prementes de uma administração sábia é desfazer essa lavagem.
Quando as palavras do ator sueco encontrarem eco no Brasil, seremos uma sociedade desenvolvida.

O amor não vem com bula ;O texto abaixo, de Nathalí Macedo, foi publicado no site Entenda os Homens.

O quanto você sabe do amor não depende de quantos manuais já leu ou de quantos poetas conhece. Depende de quanta doçura cabe naqueles olhos. De quanta segurança há naquele abraço, de quanta pressa tem o seu coração em bater quando ele(a) chega, mesmo que essa cena já tenha se repetido um milhão de vezes.
Depende da sua capacidade de enxergar a beleza por trás do rosto inchado de quem acabou de acordar, das unhas por fazer de quem não conseguiu ir à manicure. Depende de quantas vezes você sorri com uma lembrança, e do quanto imbecil se sente ao constatar que ainda se lembra da roupa que vestia no primeiro encontro.
Depende de quantas vezes você já desistiu. Amar é, muitas vezes, desistir. Desistir de cobrar, desistir de magoar, desistir de insistir. O quanto você sabe do amor não depende de quantos significados você já decorou – ele tem um significado que é só seu. Depende de quantos finais de semana, em casa, já foram os melhores de todos. De quantas vezes você se surpreendeu. E riu, e chorou, e enlouqueceu, e partiu, mas sempre voltou. Depende de quantas vezes você já se apaixonou pelo mesmo sorriso, pela mesma voz cansada ao telefone, pelo mesmo abraço noturno, pela mesma mão carinhosa.
O saber do amor não depende da arrogância do conhecer, não depende de sabedoria ou sapiência. Depende de quantas vezes você já se identificou com todas as canções de amor do universo. É que quando se ama, tudo faz todo o sentido.
Depende do quanto você se sente livre e seguro ao mesmo tempo. Do quanto você vive o amor e planta o amor – depende, pura e simplesmente, do quanto você sabe amar, por mais cafona que isso pareça.

domingo, 10 de agosto de 2014

Vem aí"Horário Eleitoral"- do Blog do Miro

domingo, 10 de agosto de 2014

Política não é marketing

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

A crença vigente no universo político e entre os publicitários é a de que a campanha presidencial começa agora, 19 de agosto, com o início, na televisão e no rádio, do Horário de Propaganda Eleitoral Gratuita, que de gratuita, realmente, não tem nada.

De fato há, até agora, um patamar menor de eleitores com os votos definidos e uma maioria, em porcentuais acima das eleições anteriores, de votos brancos, nulos e indecisos. Esse contingente estaria, supostamente, esperando ver e ouvir para se definir. A propaganda também cria expectativas nos institutos de pesquisa.

Neste momento do horário eleitoral, o comando passa efetivamente aos marqueteiros, cuja crença fundamental é a de que, para conquistar votos, a imagem do candidato é mais importante do que a sigla do partido e do que o programa apresentado como guia das ações de governo.

De dois em dois anos, nas eleições presidenciais, entremeadas por eleições municipais, exumam a teoria - “O meio é a mensagem” - do sociólogo Marshall McLuhan, figura que os marqueteiros parecem ter lido demais e entendido de menos.

Há exceções, mas essa é a regra. Em geral, o fantoche manipulado pelo marqueteiro toma o lugar do candidato com ideias e propostas.

Alguns desses profissionais que cuidam dos candidatos, chamados há tempos de “telepolíticos”, devem ter lido também Nicolau Maquiavel, quando ele diz, dirigindo-se ao “Príncipe”: “Os homens em geral julgam antes com os olhos do que com as mãos (...) Todos veem o que aparentas por fora, poucos percebem o que há por dentro, e esses poucos temem a opinião dos muitos”.

O marqueteiro, não o candidato, entra em cena na televisão e no rádio. A regra básica a partir daí é esta: o contingente substitui o conteúdo. A forma de dizer é mais importante do que a consistência do dizer.

Essa troca de papéis levou às alturas o custo da eleição. Mas não se trata somente do custo financeiro. O horário gratuito e os chamados spots, também conhecidos como torpedos, são cada vez mais valiosos.

Há 100 minutos diários na televisão e 100 minutos no rádio. Esse tempo virou moeda de troca entre os partidos fortes e os fracos. Esses últimos chamados de legendas de aluguel.

Essa proeminência do marqueteiro construiu um princípio nebuloso ao processo eleitoral. O princípio de que as mesmas leis que se aplicam à política são aplicáveis ao marketing.

Certos políticos, mesmo os não maleáveis como mamulengos, e são poucos, correm o risco de cair nessa armadilha. E assim, de eleição em eleição, a televisão e o rádio se fortificam com um tônico milagroso: o dinheiro. E se embebedam do que acreditam ser as armas absolutas para convencer o eleitor.

As lições dos marqueteiros, ensinadas aos políticos, não passam de um sermão de generalidades.