sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

É preciso entender........



Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana do JB online:

O DIREITO, A LIBERDADE E A MISSÃO DO ADVOGADO



por Mauro Santayana

Foi a descoberta grega da idéia da liberdade que abriu o tempo para a construção do Ocidente. Com essa fulgurante epifania mental, os pensadores partiram para a especulação sobre a realidade física, a natureza peculiar do homem e a vida social. É assim, como decorrência natural  de que a vida deve ser livre, para ser digna, que nasceram, sob o rótulo comum de filosofia prática, as idéias da lógica, da ética, da economia e (como  instrumento de busca e realização da liberdade) a política.

O artigo que publicou o advogado Márcio Thomaz Bastos – nestes dias que, sendo de festas, devem ser de meditação – sobre os deveres dos advogados, é documento grave e sério. Ele deve ser entendido em sua seriedade e gravidade. Estamos perdendo, como se os neurônios se dissolvessem sob o calor dos ódios e preconceitos, a capacidade de pensar. A lucidez passou a ser uma espécie de excepcionalidade, como se tratasse de um fenômeno de parapsicologia. Mais do que isso: como aponta o ex-presidente da OAB, que se destacou na luta contra o regime militar, a sociedade está imbuída da sanha persecutória, conduzida pelo lema de vigiar e punir.

Mais terrível do que a tirania do Estado, quando ele se encontra ocupado pelos insanos, é a tirania das sociedades, conduzidas por demagogos enfurecidos e suas contrafeitas idéias. Idéia, como sabemos, é a forma que construímos em nossa mente, para identificar as coisas e os fenômenos. Se perdemos essa capacidade de relacionar, com lógica, os acontecimentos naturais  e o sentimento humano –  laço que nos une aos de nossa mesma espécie – não há mais civilização, deserta-nos a razão, evapora-se a inteligência. E se a sociedade perde o equilíbrio, o Estado pode perecer, com o fim de todas as liberdades. 

O dever absoluto da justiça é a proteção da liberdade, como condição inerente e irrecusável do ato de viver.

Quando a justiça pune – qualquer tenha sido o crime – pune quem violou a liberdade de outro, seja no exemplo radical do homicídio, seja em delitos menores. Em razão disso, qualquer pessoa que seja levada diante de um juiz necessita de advogado, que seja capaz de orientá-lo e defendê-lo, a partir das leis e do direito consuetudinário. Desde que os homens criaram os tribunais, sempre houve advogados e, não precisa ser dito, por mais tenebroso possa parecer um crime, o direito de defesa é sagrado.

Como expôs com clareza, em sua aula de filosofia do Direito, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, por mais evidente possa parecer a culpa de um suspeito, até que se conclua plenamente o seu julgamento, a presunção é de inocência. Por uma proposição lógica, cabe a quem o acusa fornecer as provas insofismáveis da culpa.

Não se pode inverter o enunciado dessa razão, e exigir do acusado que desfaça uma prova que ele mesmo desconhece. Os juízes não devem decidir sobre provas secretas. Tivemos, na ditadura, o absurdo ridículo de sermos obrigados a obedecer a decretos sigilosos, mas o juiz está livre desses ucasses.

É corajosa a advertência do conhecido advogado. Ele é apontado como um profissional que aceita causas já tidas como perdidas, em razão do clamor popular contra os acusados, da mesma forma que é elogiado por ter defendido os perseguidos pelo regime autoritário, quando as idéias da liberdade se encontravam sufocadas pelos juristas e juízes da Ditadura. Mas, qualquer a opinião que dele se tenha,  cumpre o seu dever de defender os que o procuram – contra os clamores da ira, espontânea ou conduzida , de parcelas da sociedade – até que todos os ritos processuais se cumpram, na absolvição ou condenação do réu.

Por tudo isso, o seu texto deve ser analisado cuidadosamente por todos os cidadãos, especialmente pelos que, no exercício do mandato político, têm a responsabilidade de governar o Estado em nome da sociedade.

do blog La bodeguita del medio


TERÇA-FEIRA, 28 DE AGOSTO DE 2012

ÉS DO BRASIL O CLUBE MAIS BRASILEIRO!

Foto tirada de um indio no Xingu, que se pintou para guerra.
Linda e muito significativa a foto.
CORINTHIANS de todas as raças, de todas as tribos.

ÉS DO BRASIL O CLUBE MAIS BRASILEIRO!

VAI COIRNTHIANS!

Completando

Atrasada sim, desatualizada não!


Por que Marin NÃO pode ser chefe da delegação Corinthiana no Japão?



A delegação Corinthiana que vai ao Japão disputar o Mundial de Clubes deve ser chefiada por alguém que represente nossa conduta, tradições e anseios. O indicado Marin, em nada se aproxima desse perfil. Muito pelo contrário.

Marin simboliza um passado que queremos ver sepulto não só no futebol, mas na política sobretudo. Nos anos em que nasciam os Gaviões da Fiel “Contra todo ditador que no Timão quiser mandar!”, o deputado Marin fazia dupla com Wadih Welu na Câmara dos Deputados pela ARENA, partido de sustentação política de um governo militar assassino.

Em um discurso em 09/10/1975, essa mesma dupla bandida cobrou explicitamente ações contra a TV Cultura (Canal 2 à época) e, duas semanas depois, o diretor de Jornalismo da emissora, o jornalista Vladmir Herzog, foi convocado pelos agentes do Exército para “prestar depoimento” em uma sessão de tortura. No dia seguinte, Herzog estava morto, enforcado, em mais uma manipulação do regime para simular suicídio. A íntegra do discurso encontra-se preservada aqui: http://download.uol.com.br/esporte/diario1.pdf . Wadih Welu, à época, era presidente ditador do Corinthians e seria derrubado anos mais tarde.

Marin foi governador do Estado de São Paulo indicado pelo regime militar, num momento em que atletas Corinthianos, liderados por Sócrates, faziam a campanha pelas “Diretas Já” e praticavam a administração participativa no clube sob a Democracia Corinthiana.

Marin foi atleta do rival bambi do jardim Leonor, de onde é torcedor e conselheiro. Faz parte de um clube que dedica sua existência à deturpação de nossos valores e a criar preconceitos com nossa identidade popular, multirracial e de várias religiões, muitas vezes pela imprensa.

No início desse 2012, o mesmo Marin roubou a medalha de um atleta do Sport Club Corinthians Paulista, medalha esta que deveria ser entregue ao atleta campeão. Ao invés disso, Marin, beirando seus 80 anos, surrupiou a medalha para seu bolso.

Não podemos aceitar que, depois de tanta luta pela democratização do País, pelo resgate e preservação de nosso legado, uma figura que representa um trajeto oposto a nossa história venha a ser premiada chefiando nossa delegação perante os Corinthianos residentes aqui e em outros países.

Marin NÃO! Antis NÃO!

Por reivindicar um Corinthiano (com C maiúsculo e th) na chefia de nossa delegação, este coletivo de torcedores exige, em decisão que passou pelos devidos processos democráticos de votação, o ex-jogador Wladimir como o verdadeiro merecedor dessa honraria, por tudo que fez pelo esporte, pelo país e pelo Corinthians.

Brigada Miguel Bataglia

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Só a imprensa e a Promotoria acham que torcedor não pensa


CARTA ABERTA AO FUTURO PREFEITO DE SÃO PAULO.

Nós, da Brigada Miguel Bataglia, na linha intransigente de defesa do Sport Club Corinthians Paulista, consequentemente da Cultura secular que cerca o patrimônio Futebol, como a prática de o Torcedor ocupar as fileiras dos Estádios, manifestar-se livremente no espetáculo coletivo que é o próprio sentido do Futebol, viemos publicamente perante a Prefeitura de São Paulo exigir:

1. Redução imediata da tarifa dos ônibus, que aumentou o dobro da inflação na última década;

2. Regulamentação do espaço no entorno dos estádios em dias de jogos, fixando preço popular ao monopólio dos estacionamentos e fornecendo cuidadores e orientadores gratuitamente para quem estaciona na rua;

3. Permitir e incentivar o comércio de alimentos no entorno do estádio, como é feito em feiras livres, com barracas autorizadas e fiscalizadas;

4. Garantir serviço sanitário básico, com banheiros químicos;

5. Mudar radicalmente a função da PM e da Guarda Civil Metropolitana nos eventos esportivos: de repressores de ambulantes e torcedores, ao apoio ao espetáculo;

6. Segurança e orientação dos torcedores de responsabilidade do evento esportivo: tratamento com o público civil terá de ser desmilitarizado;

7. Redução dos preços e melhoria do serviço de alimentação prestado nas dependências dos estádios;

8. Imediata liberação ao torcedor do uso de bandeiras, faixas, instrumentos musicais, devolvendo ao espetáculo sua liberdade criativa, sua espontaneidade popular, que mais que construir o caráter do próprio futebol, é parte inalienável da Cultura Brasileira;

9. Proibição taxativa de horário de jogos que não condizem com o transporte público para retorno dos torcedores em segurança, qualidade, e aproveitamento do evento.
Estamos falando de eventos com a presença de dezenas de milhares de pessoas, que por horas irão se dedicar aos espetáculos.
Consideramos que o Poder Público deve ser um incentivador da presença massiva, e não um entrave, um obstáculo, criando uma situação falsa de inimizade entre os interesses público e do Torcedor.
Somos quem faz a Festa do Futebol. Somos quem construímos esta cidade!


Brigada Miguel Bataglia


@stefani1910
Fonte: Stefani 1910

É Nóis, Mano

Paga-Pau
Os Futirinhas mostrando as entrelinhas daquela cena do Torres

Discurso do Léo

Léo do Santos, em mais um de seus sempre memoráveis discursos.

Mais polêmica / site Vi o Mundo


publicado em 27 de dezembro de 2012 às 16:35
O ministro Joaquim Barbosa  é contrário à promoção de juízes por mérito. Foto: Ascom do STF
por Janio de Freitas, na Folha de S. Paulo
O chamado julgamento do mensalão remexeu com mais mentes e corações do que apenas os dos réus. Encerradas as sessões julgadoras, as ideias e posições continuam dando cambalhotas que fazem as surpresas do governo com o ministro Luiz Fux parecerem insignificâncias.
Em entrevista sem razão de ser — entrevista-vitrine, digamos — entre o pedido de prisão dos condenados e sua decisão a respeito, o ministro Joaquim Barbosa encaixou uma revelação perturbadora: é contrário ao sistema de promoção de juízes por mérito. O fundamento dessa originalidade: “A politicagem que os juízes de primeiro grau são forçados a exercer para conseguir uma promoção é excruciante”.
E o mérito é o culpado? Ou é ele o vitimado? O que o ministro diz ser o usual para a promoção dos juízes já é a exclusão do mérito. Logo, sua proposta é excluir o que está excluído. Mas, sendo “a politicagem” um método que “denota violação ao princípio da moralidade”, esse método é que deveria acabar. Para restabelecer-se, e não para excluir, o valor do mérito. E ver-se o ministro Joaquim Barbosa satisfeito com as promoções por merecimento, e não por picaretagem social e política.
Mas reconheço a originalidade da insurgência contra o mérito exposta pelo presidente do Supremo Tribunal Federal. Pode até servir para me dar uma sobrevida aqui, considerada a influência que outras atitudes originais do ministro lhe conferiram. Mas é verdade que nunca li, ouvi ou imaginei uma condenação do mérito. Ainda mais em nome da Justiça.
Já estou refeito do traumatismo mental e moral sofrido quando dei literalmente de cara, sem prévio aviso (por favor, não confundir com aviso prévio), com as alegações do procurador-geral Roberto Gurgel, no pedido de prisão dos condenados pelo mensalão.
Ele considerou necessária a “definitividade” (ai! dói ainda) às condenações, com a consequente impossibilidade de recurso contra o que é dado como definitivo. Sem as prisões imediatas e com os recursos previstos, o procurador-geral considera, e gostaria de impedir, que será “excessivamente longo” o tempo até a conclusão da ação penal 470, com os condenados na prisão.
Os recursos, se ocorrerem, não serão atos judiciais inventados pelos advogados de defesa para os réus do mensalão. Seu uso está autorizado pela Constituição, pela legislação específica e previsto pelos regimentos do Judiciário.
No caso, ao Supremo Tribunal Federal compete considerá-los ou rejeitá-los. Manobras para impedir que ocorram são atos contra a Constituição, a legislação específica e os regimentos. São, portanto, contra a República e seu sistema judiciário. Para cuja defesa existe, entre outros fins, e como o título indica, o cargo de procurador-geral da República.
O recém-empossado ministro Teori Zavascki considera que “o excesso de exposição não colabora para as boas decisões” do Supremo. Talvez se dê o oposto, às vezes. Como pareceu se dar nos julgamentos das células-tronco e das terras indígenas de Roraima, por exemplo.
Para a aparente maioria, foram boas decisões. Mas o que importa na opinião autorizada do ministro é trazer, implícita, a ideia de que as decisões do Supremo são suscetíveis, por contenção ou por exibicionismo, de influenciar-se pela exposição aos cidadãos em geral. Eu é que não dou exemplos de.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Muita água ainda vai correr sob a ponte!



Gilberto Carvalho diz ter ouvido de Luiz Fux que ele absolveria os réus do processo do mensalão 

O ministro Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, revelou que Luiz Fux o procurou antes de ser indicado por Dilma Rousseff para o STF. Contou que, durante a conversa, o magistrado deixou claro que absolveria os réus do mensalão. Deu a entender que Fux dissera o mesmo a outros petistas com os quais se reuniu.
“A única coisa que eu posso dizer é que ele foi falar comigo também”, disse Gilberto Carvalho na noite passada, em entrevista ao repórter Kennedy Alencar, que pode ser assistida aqui. “Sem que eu perguntasse nada, ele falou pra mim o que falou pra todos os outros: que ele tinha estudado o processo, que o processo não continha prova nenhuma, que era um processo absolutamente sem fundamento e que ele tomaria uma posição muito clara.”
Durante o julgamento, Fux seguiu 99,9% dos votos do relator do mensalão, Joaquim Barbosa, condenando os réus. E Gilberto Carvalho: “Não vou julgar a consciência de um ministro do Supremo. Só posso narrar o que aconteceu factualmente comigo. Eu não pedi pra falar com ele, eu não perguntei essa questão pra ele. Essa é uma questão dele, que a consciência dele vai trabalhar.”
Em notícia veiculada no dia 2 de dezembro, a repórter Mônica Bergamo informara que Fux fizera uma campanha para ser promovido do STJ para o STF. Reunira-se com várias pessoas, entre elas dois réus petistas: José Diceu e João Paulo Cunha.  Fux não negou os encontros. Porém, diferentemente da versão difundida nos subterrâneos do PT, ele negou que houvesse assumido compromissos em relação ao julgamento do mensalão. É contra esse pano de fundo que soam as revelações de Gilberto Carvalho.
O ministro relatou também um diálogo que manteve com o ex-presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto. Os dois se encontraram no Planalto, durante a abertura da exposição de seis obras do pintor italiano Michelangelo Merisi, o Caravaggio (1571-1610), no dia 5 de outubro. Carvalho disse que se queixou a Britto.
“Eu tive ao longo desses anos uma amizade muito grande com o ministro Ayres Britto, eu reconheço as posições dele, muito importantes na questão dos direitos humanos, na defesa indígena, na questão da adoção, tivemos uma grande confluência. E foi assim que ele foi lá, na inauguração da exposição do Caravaggio”, esmiuçou Carvalho.
O ministro prosseguiu: “Quando a gente estava descendo a escada, a gente travou uma conversa, apenas eu e ele, onde [sic] ele me perguntou como é que eu estava.” Seguiu-se, de acordo com Gilberto Carvalho, o seguinte diálogo:
– Olha, Carlinhos, nós estamos muito mal e muito tristes por vocês terem marcado esse julgamento exatamente agora, no tempo das eleições. Não é pelo julgamento.
– Eu quis antecipar, mas não foi possível.
– Ó, Carlos, você é o presidente da Casa, você podia ter determinado.
– Mas fiquem tranquilos que nós sabemos separar aqueles que praticaram delitos de vocês.
– Ó, Carlos, nós e a opinião pública não separamos isso. Esses nossos amigos cometeram erros mesmo, mas não merecem esse tratamento que está sendo dado.
“Foi essa a conversa, basicamente”, encerrou Gilberto Carvalho. “Só quero salientar que mantenho pelo Carlos Ayres Britto, não importa que agora ele não esteja mais no Supremo, o respeito. Ainda que eu divirja profundamente da maneira como ele conduziu esse processo.”
No curso da entrevista, Carvalho repisou a tecla de que o mensalão não passou de “caixa dois”. Voltou a refutar as acusações feitas por Marcos Valério de que Lula teria autorizado os emprétimos fictícios do mensalão. A certa altura, o ministro foi instado a dizer o que pensa sobre quatro dos julgadores do processo no STF.
- Sobre o relator Joaquim Barbosa, declarou: “É uma pessoa que tem, a meu juízo, boas intenções, que eu tenho que respeitar, mas de quem eu divirjo profundamente na maneira como relatou o processo do mensalão, o foco que ele deu para o processo.
- Sobre o revisor Ricardo Lewandowski: “É um homem de coragem, um homem que soube nadar contra a corrente num momento muito difícil, que a história irá reconhecer como um verdadeiro juiz.”
- Sobre Ayres Britto: “É um humanista, um homem de grande capacidade e sensibilidade e que, a meu juízo, encerra sua carreira no Supremo conduzindo de maneira inadequada um processo.”
- Sobre Luiz Fux: “Prefiro não falar.”
No pedaço da entrevista dedicado à sucessão presidencial, Gilberto Carvalho declarou que o PT trabalha para ter o apoio do governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) à reeleição de Dilma Rousseff em 2014. E declarou que, pessoalmente, não considera absurda a hipótese de o partido abrir mão da cabeça de chapa em 2018, para associar-se a uma eventual candidatura presidencial de Eduardo.
Carvalho contou que Lula “não leva a sério” a sugestão do marqueteiro do PT, João Santana, para que ele concorra ao governo de São Paulo em 2014. Confirmou que o ex-presidente voltar a corre o país, numa caravana programada para o início do ano. “O Lula não pode ficar longe do povo”, disse.
Sobre economia, Gilberto Carvalho informou que a previsão do Banco Central de que o PIB de 2012 crescerá apenas 1% “foi uma surpresa”. Chegou mesmo a pôr em dúvida a estimativa: “A gente ainda está um pouco perplexo, tentando aferir se realmente é esse o PIB real. Mas eu não sou economista nem técnico em estatística.”
Questionado sobre os erros do ministro Guido Mantega (Fazenda), que previra um crescimento econômico de 4% para 2012, Carvalho afirmou: “É evidente que isso cria um problema, não vou negar. Agora, o papel do Guido é fazer previsão dentro de um cenário que tem naquele momento. Não tem como, muitas vezes, naquele momento que faz a previsão, avaliar o conjunto de fatores que vão interferir…” Segundo ele, Dilma mantém a confiança em Mantega e não cogita substitui-lo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Diferença entre Torneio Intercontinental e Mundial


Autor: Daniel Keppler
Publicado originalmente no blogdofielcorinthiano.blogspot.com
1 - Existem TRÊS Copas Intercontinentais diferentes no mundo.
A que conhecemos é a disputada entre os campeões da Europa e América do Sul. O nome OFICIAL desse torneio não é nem nunca foi Copa Intercontinental, mas sim Copa Europeia/Sulamericana. Isso está tanto registrado no site oficial da CONMEBOL (link) quanto no da UEFA (link).

As outras duas Copas Intercontinentais que existem são a Copa Interamericana, disputada entre 1968 e 1998 entre os campeões da Libertadores e da Copa dos Campeões da CONCACAF; e a Copa Afro-Asiática de Clubes, disputada entre 1987 e 1999 entre os campeões da Ásia e África.

Porque então somente os campeões da Copa Europeia/Sulamericana poderiam se considerar campeões mundiais?

2 - A Copa Europeia/Sulamericana NUNCA teve a pretensão de ser um Mundial.

Basta ver o pôster da edição 2003 do torneio... tente encontrar algo que afirme que o torneio é de caráter 'mundial'.

O torneio foi idealizado pelo presidente do Real Madrid, Santiago Bernabeu em 1960, com o simples e único intuito de colocar em jogo o 'título simbólico' de detentor dos títulos europeu e sul-americano. E somente isso. Foi organizado primeiramente pelas

Desde a década de 1960 as confederações da Ásia (AFC) e das Américas do Norte e Central (CONCACAF) fizeram pedidos para participar do campeonato, mas tanto UEFA quanto CONMEBOL foram CONTRA. Logo, nunca foi intenção dessas confederações transformar o torneio em Mundial. Confira isso em uma matéria do jornal Mundo Deportivo de 3 de novembro de 1967, nesse link.

3 - A FIFA NUNCA oficializou o torneio e SEMPRE o considerou um torneio amador.
Quando da criação do campeonato, as duas confederações pediram à FIFA para que auxiliasse na organização e oficializasse o torneio. A FIFA disse NÃO (página 15 desse documento da UEFA, nesse link). Pior: quando o Real Madrid venceu a primeira edição, em 1960, e se auto-intitulou 'campeão mundial', a FIFA vetou e ordenou ao clube que se referisse à competição somente como 'intercontinental' (Mundo Deportivo de 22/11/1979, link).

O mal-estar foi tão grande que a FIFA chegou a PROIBIR a realização do torneio em 1961 (Mundo Deportivo, 03/06/1961, link), a menos que os clubes aceitassem considerá-lo um torneio amistoso privado. Mas a competição seguiu, à revelia da FIFA.

Em 1967, quando Racing (ARG) e Glasgow Rangers (ESC) fizeram três violentos jogos na disputa da taça, tendo no último nada menos que seis expulsões, chocando imprensa e torcida, a FIFA foi acusada de fugir de suas responsabilidades por não ter intervido no torneio. A entidade precisou vir a público para reforçar o que já havia dito antes: não poderia fazer nada pois oficialmente tratava-se de um torneio amistoso, que nunca fez parte das suas competições oficiais (Mundo Deportivo, 25/11/1967, link).

3 - Desde 1979, tanto UEFA quanto CONMEBOL não eram mais responsáveis pelo torneio.

Durante toda a década de 1970, o torneio perdeu em força e credibilidade:; nessa década, nada menos do que 7 dos 10 campeões europeus abriram mão de disputar o torneio. Em 1973, a decisão foi em jogo único ao invés dos jogos de ida e volta. Pra piorar, em 1975 e 1978 nem sequer chegou a ser disputado!

Quando o torneio parecia fadado à extinção, houve a proposta, por parte da Federação Japonesa de Futebol, de passar a sediar o torneio, com o patrocínio da Toyota. Então, a partir daí, o seu nome oficial passou a ser Copa Europeia/Sulamericana Toyota, ou Copa Toyota.

O interesse era um, e somente um: impulsionar o desenvolvimento do futebol no Japão. Uma matéria da revista Placar de 12/02/1988 (link) cita que a Copa Europeia Sul-Americana Toyota era transmitida para o mundo inteiro, via TV, e que 'por isso é que essas finais não podem ser adiadas', citando o exemplo da final de 1987 entre Porto (POR) e Peñarol (URU), que jogaram sob pesada neve; a matéria deix claro que os interesses midiáticos se tornaram maiores que os esportivos.

Para isso, valia até obrigar os clubes a disputá-lo: a partir de 1980, a UEFA passou a fazer os clubes que participassem da Copa dos Campeões da Europa a assinarem um contrato, comprometendo-se a participar da Copa Toyota se fossem campeões europeus. Em 1992, o Barcelona (ESP) chegou a cogitar não disputar o torneio, mas por causa desse contrato foi ao Japão mesmo contra a vontade (Mundo Deportivo, 18/09/1992, link).

4 - A FIFA queria organizar seu Mundial desde 1970; mas a UEFA sempre foi contra.

No Congresso Internacional da FIFA em 1970, a entidade já havia manifestado o interesse em organizar uma Copa do Mundo de Clubes, com representantes de todos os continentes (Mundo Deportivo, 24/04/1970, link). Uma comissão discutiu o assunto e apresentou a ideia na Assembleia reunida no México, em junho desse ano. Mas muitas confederações europeias foram contra e inviabilizaram a ideia.

Em 1973, o assunto ressurgiu com força por conta de dois motivos: o então candidato a presidente da FIFA, o brasileiro João Havelange, se manifestou a favor da criação do torneio; e o diário francês L'Équip lamçou uma campanha chamada 'Organizar a Primeira Copa do Mundo de Clubes em Paris'. Segundo a proposta, o torneio seria nos meses de outubro ou novembro de 1973, com todos os campeões continentais da temporada (Mundo Deportivo, 29/11/1973, link). Mas a oposição da UEFA foi forte o bastante pra fazer a FIFA novamente ter que esperar.

Em 1983, a Federação Inglesa se lançou como possível sede de um Campeonato Mundial de Clubes em 1985, mas desistiu da ideia antes de apresentar a ideia à FIFA, pois sifreu forte oposição, novamente, da UEFA (Mundo Deportivo, 20/04/1983, link).

Em 1993, a FIFA relançou a idéia de uma Copa do Mundo de Clubes na reunião do seu Comitê Executivo, realizada em Las Vegas em dezembro daquele ano. Em 1996, o Comitê Executivo da FIFA aprovou a idéia da competição. E em 1997, a FIFA anunciou que criaria uma competição mundial de clubes, projetado para julho de 1999 mas que acabou ocorrendo somente em janeiro de 2000 (Jornal da Tarde, página 31, 24/07/1997, link).

5 - A Copa Toyota só não acabou em 2001 por causa do cancelamento do Mundial-2001.

O torneio seria na Espanha, tendo como sedes Madrid e La Coruña. Seriam 12 times, em três grupos.; O calendário estava definido (link) e os clubes se preparavam, quando em maio de 2001 houve a notícia de que a ISL teve seu contrato de marketing com a FIFA quebrado, e assim não seria mais possível realizar o torneio (Folha de São Paulo, 18/05/2001, link).

Não fosse esse cancelamento, o torneio teria ocorrido e possivelmente até mesmo o fim da CopaToyota tivesse sido acelerado. Afinal, o sucesso da edição 2000 do Mundial havia sido tão grande que a UEFA chegou a solicitar à FIFA um aumento 4 vagas no número de participantes, dando à própria UEFA mais duas e para a CONMEBOL, mais duas. A ideia só não foi para a frente pois a falência da ISL veio antes.

Cogitou-se voltar a realizar o Mundial em 2003, mas ficou mesmo pra 2005, após o fim da CopaToyota.

6 - SOMENTE os clubes brasileiros consideram esse torneio um Mundial de faro; os europeus, não.

Basta verificar as páginas oficiais dos clubes europeus que já venceram o Mundial de Clubes: Manchester United (ING), Milan (ITA) e Internazionale (ITA). Ambos separam as suas conquistas e diferenciam o Mundial de Clubes da Copa Europeia/Sulamericana.

Consulte o site de Milan, Manchester United e Inter de Milão e confira.


MUDANDO DE ASSUNTO... MAS NEM TANTO ASSIM!

Pesquisando, descobri uma coisa sobre o Mundial-2000 que responde bem aos que dizem que nós fomos pro Mundial por convite...

Saibam que os critérios de escolha dos participantes do Mundial estavam definidos DESDE 1997 - INCLUSIVE o campeão do país-sede!

Em 1997 o Corinthians viveu um ano de extremos: um título paulista com a Excel como parceira e um poço sem fundo ao término da parceria. Já nessa época se sabia que tanto o campeão nacional do país-sede quanto o campeão da Copa Toyota participariam do Mundial (Mundo Deportivo, 03/09/1997, link).

Por isso Corinthians e Real Madrid (ESP) disputaram o Mundial. Um como campeão do país-sede; o outro, como campeão da Copa Toyota. Ambos de 1998, pois não se sabiam os campeões de 1999 até a data do sorteio dos grupos.

Mande esse texto para um anti e colabore para um mundo melhor informado!

O Mundial de verdade começa hoje, mais uma vez! Vai Corinthians!!!
Sugiro que este texto seja enviado para todos os corinthianos que você conhece, para subsidiar os embates com aqueles que menosprezam nosso Mundial e consideram como Mundial seus títulos intercontinentais.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Carta Maior


MÍDIA E DESORDEM NEOLIBERAL, ANO IV
119,6 milhões de pessoas, ou 24,2% da população dos 27 países da Europa,  encontram-se no limiar da pobreza. Nos EUA, o programa de vale-refeição  garante comida a 46 milhões de pessoas -- um em cada oito norte-americanos precisa de ajuda para não passar fome. As importações mundiais mantém-se estagnadas, condição que se arrasta desde julho e um indicativo da paralisia no comércio internacional.  As encomendas industriais desabam na Europa, o que pode ser visto como um termômetro de agravamento da  recessão neste final de ano e início do próximo. Nos EUA,  a produção industrial  recuou 0,4% em outubro, em relação ao mês anterior; institutos previam alta de 0,1%, depois que o indicador avançou apenas 0,2% em setembro.Na Ásia, a China mostra recuperação, mas  o Japão patina. Em toda a América Latina a demanda emite sinais de enfraquecimento com a economia desidratada pela contração global da procura por matérias-primas. No Brasil o emprego e a renda continuam em expansão, mas o investimento industrial completou o 5º trimestre negativo, com 2% de queda em setembro, enquanto  o PIB cresceu apenas 0,6% no período. Nesta 3ª feira, o ministro Guido Mantega  anunciou  R$ 2,8 bi em desonerações à construção civil, com corte de 20% para 2%  na alíquota do INSS sobre a folha.Desde o início do crise, o país  já concedeu R$ 45 bi em incentivos fiscais à  retomada do crescimento. O valor equivale a quase 1ª do PIB, sendo criticado pelo jogral midiático, o mesmo que por 30 anos prega as virtudes dos mercados autorreguláveis e da desregulação financeira ,e  que insiste na adoção do tripé ortodoxo: redução do Estado, supressão de direitos trabalhistas e choque de gestão --exatamente o que vem sendo feito há 30 aos. Com os resultados sabidos.