domingo, 17 de novembro de 2013

TROCANDO 6 POR MEIA DÚZIA


Nunca fui mana do Mano, não aprecio o futebol retranqueiro da escola gaúcha e sempre critiquei o esquema tático do Tite, no qual o time prioriza a defesa, joga por uma bola e recua quando faz o gol. Também sempre questionei suas pardaílses de improvisar jogadores em posições diferentes da suas características e de transformar atacantes em marcadores e babá dos laterais. E, consequentemente, os atacantes pararem de fazer gols. Também questionei e questiono seu desprezo pela base bem como sua preferência pelos jogadores que o endeusam e fazem parte da panela e a liberação dos meninos, bem como daqueles que dele ousaram discordar e não rezaram pelo seu catecismo. Questionei, também, sua imensa dificuldade em mudar o esquema, quando o mesmo perdeu o prazo de validade, tornou-se manjado e deixou de funcionar. Quando o 1 a 0 virou 0 a 0, foi instaurada a empaTITEbilidade e começamos a ser suplantados e/ou igualados por times pequenos e sem um mínimo de qualidade técnica.
Reconheço que quando jogávamos por uma bola, talentos individuais, Paulinho, por exemplo, sempre achavam essa bola e que quando o esquema era novo, deu certo e, assim, ganhamos vários e valorosos títulos, apesar do sufoco que tomamos. Infelizmente, quando o barco começou a fazer água, venceu a teimosia e não a ousadia. Aí, perdemos a alegria. Alegria de jogar e de torcer. O futebol tornou-se burocrático e repetitivo, vieram os empates, as derrotas e o sofrer superou o prazer. Para complicar mais um pouco, abrimos mão de corinthianos históricos, que davam o sangue em campo, vendemos a joia promissora a preço de banana, mantivemos os amigos do peito e da panela, contratamos estrelinha pensando no marketing e na venda de camisas e ex jogadores aposentados. E ainda tivemos baixas por contusões e convocações e os jogadores perderam o tesão, alguns passaram a andar em campo, a cavar cartões e suspensões, outros perderam o foco, perdemos a Copa do Brasil, a vaga pra Libertadores, vimos de perto a ameaça da zona da degola e hoje comemoramos não termos mais o risco de ir para a Série B. UFA!
Assim como os méritos pelos títulos e pelas conquistas foram coletivos, as responsabilidades pelos fracassos, também o são. Diretoria, comissão técnica e jogadores têm sua parcela de culpa na queda livre do time nesta temporada. E o Tite, não é vítima e sim cúmplice desse processo. Sua teimosia em não mudar, sua perda de habilidade em lidar com a situação, principalmente da rejeição do elenco ao Alexandre Pato, suas escalações e substituições equivocados, sua gratidão aos jogadores que lhes deram os títulos, imexíveis e sempre no time, mesmo andando em campo, sua insistência com oIbson e o apoio incondicional recebido dos jogadores veteranos e mais próximos nas derrotas para a Portuguesa e para o Grêmio, bem como as críticas de parte da torcida foram determinantes na sua saída.
Pela atuação desastrosa no Brasileirão, faz-se necessário uma reestruturação no Corinthians, com nova comissão técnica e modificações substanciais no elenco. Por mais que a diretoria tenha errado em todo o processo de renovação e principalmente na forma como ocorreu a não renovação do Tite, é óbvio ser impossível qualquer reestruturação substancial, que não fosse uma simples maquiagem, com jogadores e técnico tão alinhados e mancomunados.
Só tenho a lamentar a possível vinda de outro técnico da escola gaúcha de futebol, o que por si é fator limitante de uma reestruturação profunda, agravado pelas suas ligações com seu empresário. Se o substituto for o Mano Menezes, pouca coisa vai mudar na retrancabilidade. Considerando ainda, que tanto no Corinthians como na seleção brasileira, sempre houve um influência de seu empresário Carlos Leite nas escalações, temo que tenhamos apenas trocado 6 por meia dúzia, mas com alguns agravantes.
Também não entendo tanto mi mi mi pela saída de um técnico que teve uma temporada inteira para resgatar o futebol do Corinthians e terminou o ano, melancolicamente, apenas nos livrando da Série B. Sim, apesar dos dois títulos do 1º semestre, praticamente contra ninguém futebol clube, só fizemos 1 jogo e meio de boa qualidade, a vitória nas quartas de final contra a Ponte Preta e o 1º tempo do 1º jogo da final contra o Santos. Depois, somente sustos e sobressaltos, perdendo e empatando com times rebaixados, com mais empates que vitórias e descendo ladeira abaixo.
Enfim, resta-nos torcer e rezar para que se instaure o bom senso no 5º andar do Parque São Jorge e que possamos, no próximo ano, retomar as vitórias, as conquistas e as glórias.
Crédito e fonte de imagem
Montagem R7/Gazeta Press/esportes.r7.com

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