quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

PAC 2: DE BELO MONTE A MANGUINHOS /Conversa Afiada


Como se sabe, existem o PAC1, o PAC2 e o PAC do PiG (*).

Para o PiG, os PACs empacaram.

Pensam que a Presidenta Dilma é o Príncipe da Privataria (não deixe de assistir ao trepidante vídeo: como se escreve “sacolejar”; e não deixe de votar na enquete: onde o FHC vai sacolejar no Carnaval? )

Nos oito sombrios anos do Príncipe da Privataria não se realizou nem uma obra que usasse cimento ou tijolo.

Uma única.

Mas, ele foi sem sapatos ao FMI três vezes.

Uma questão de estilo …

A mãe do PAC, como se sabe, até as eleições vai inaugurar um PAC por dia.

Para ajudar o amigo navegante a entender o que a Ministra Miriam Belchior anunciou, o editor do Conversa Afiada, Murilo Silva preparou singelo texto, que tem também a propriedade de debochar desses jornalistas, analistas de pacs, que, segundo o Mino, são piores que os patrões:




O PAC, Programa de Aceleração do Crescimento surgiu em 2007, no segundo mandato do presidente Lula. 

Foi um programa para o período de 2007-2011.

Queria organizar as políticas de investimento e fazer o país crescer e, também,  combater os problemas infra-estrutura do País e aumentar a taxa de investimento público com relação ao PIB. 


O investimento público, de fato,  passou de 1,62% do PIB, para 3,72%. 

Foram entregues cerca de 2 500 empreendimentos ao custo de R$ 619 bilhões, o que ajudou a gerar 8,2 milhões de empregos. 

Politicamente, o programa também foi um sucesso, ao eleger a presidenta Dilma, que o Presidente Lula apresentou ao eleitorado como ”a mãe do PAC”. 

Em 2011, a família cresceu. 

O programa entrou em uma segunda fase, o PAC 2. 

Essa semana, o Ministério do Planejamento, responsável pela coordenação do PAC, divulgou o balanço com os resultados de 3 anos do projeto, idealizado para ser concluído entre 2011 e 2014.

Um ano antes do fim do prazo, o PAC entregou 82% das obras que propôs (o PAC 2 contém mais de 30 mil empreendimentos).

As obras entregues totalizam R$ 582 bilhões em investimentos. 

Dos recursos destinados ao PAC 2, R$ 773 bilhões já foram empenhados, o que representa 76% do total do programa. 

Ao todo, o PAC 2 investirá mais de 1 trilhão de reais. 

O volume de empregos no setor de obras em infra-estrutura cresceu em média 5,3% nos últimos 3 anos – um crescimento acima da média nacional de geração de empregos formais. 

Esses empregos colaboraram para que o Brasil alcançasse a menor taxa histórica de desocupação, 4,3%.

Em infra-estrutura, o PAC 2 significa mais de 3 mil quilômetros de rodovias e mais de 2,4 mil quilômetros de ferrovias. 

Só o trecho sul da Rodovia Norte-Sul, de Palmas-TO a Santa Barbara do Oeste-SP, tem mais de mil e quinhentos quilômetros de extensão.

Em portos, são 21 obras, como a construção do Terminal Marítimo de Passageiros do Recife, e a recuperação da Avenida Perimetral do porto de Santos. 

Tem a drenagem, o alargamento e o aprofundamento em sete portos, entre eles o de Santos, o maior terminal portuário da América Latina. 

Em aeroportos, são 22 obras que aumentam a capacidade de transporte aéreo no Brasil em 15 milhões de embarques/ano. 

Na geração de energia, são mais de 10 mil MW que entraram para estoque energético brasileiro. 

É eletricidade para abastecer uma população de 21 milhões de pessoas, quase duas vezes a população da Grande São Paulo. 

Entre as principais obras estão Jirau e Santo Antônio, em Rondônia; a usina do Estreito, entre Maranhão e Tocantins; e a usina Mauá, no Paraná, todas elas já m operação. 

Em janeiro de 2015, deve ser inaugurada a usina de Teles Pires, entre Alta Floresta e Paranaíta, em Mato Grosso, e Jacareacanga, no Pará.

Ainda no setor de energia, o PAC2 financia 33 usinas eólicas; 6 térmicas; e outras hidroelétricas que virão depois do PAC, mas que já estão em construção. 

Só Belo Monte terá a capacidade instalada de produzir  11 mil WM, ao custo de 25 bilhões de reais. 

Nos próximos anos, o Brasil deve aumentar em 26 mil MW a capacidade do parque elétrico. 

O PAC funciona também como indutor de desenvolvimento, fomenta novas cadeias produtivas. É o caso da indústria naval.

Com recursos do PAC2, em 2013, na área de exploração e produção de petróleo, foram entregues quatro navios de grande porte, entre eles, o petroleiro Dragão do Mar e o navio de produtos José Alencar; outros 23 estão contratados, 12 estão em construção.
(O Governo Fernando Henrique quebrou a indústria naval.

Lula o recuperou.

Fernando Henrique dava emprego a trabalhador de Cingapura,  onde encomendava as plataformas da Petrobras.

Lula e Dilma dão emprego a trabalhadores brasileiros – Clique aqui para ler sobre o lançamento da Plataforma , quando Dilma anunciou que o Brasil será o maior construtor de plataformas de petróleo do mundo – PHA)

No final da década de 90, a indústria naval empregava 1.900 trabalhadores.

Em 2010, o número de trabalhadores no setor saltou para 78,4 mil – segundo o Sinaval, Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore.

Breve a indústria naval e de navipeças empregará mais brasileiros que a indústria automobilística.

Os investimentos em petróleo, que exigem a construção de embarcações e plataformas, também se aplicam na construção de refinarias, como Abreu e Lima (PE). 

Abreu e Lima, que deve começar a operar ainda esse ano, poderá processar até 230 mil barris de petróleo por dia. 

Há ainda a refinaria Premium I (MA), da Petrobras, considerada a maior obra do PAC – a construção custará 40 bilhões de reais, e está prevista para ser entregue em 2016:  a refinaria processará até 600 mil barris de petróleo por dia. 

As refinarias são importantes porque, mesmo auto-suficiente em petróleo, o Brasil continua a importar gasolina e díesel. 


Em habitação, o Minha Casa Minha Vida, também incluído nas obras do PAC2, fomenta a construção civil. 

O programa já entregou 1,5 milhão de moradias – o que equivale às moradias da região metropolitana de Belo Horizonte – e já tem mais de 3,2 milhões de unidades contratadas. 

Com habitação, vem os investimentos nas melhorias das condições urbanas.

Muito além das exportações e importações, beneficiadas pelos novos portos; da produção de soja no centro-oeste, beneficiada pelas estradas e rodovias; ou dos aeroportos para Copa, o PAC é também é a favela de Manguinhos, no Rio de Janeiro.

Só na comunidade de Manguinhos, o PAC investiu entre 2007 e 2014, 671 milhões de reais para o programa de urbanização de favelas. 

As obras englobam saneamento; tratamento de água; construção de 1 700 casas populares e o re-assentamento de mais 1 600 famílias que moravam em áreas de risco. 

O PAC tem 15 bilhões em investimentos para obras de saneamento básico, já contratadas, entre 2011 e 2014, em todo o país. 

O programa de reurbanização de Manguinhos – que também prevê a construção de aparelhos públicos como creches, UBSs e quadras poliesportivas – deve ser concluído em dezembro de 2014 e vai beneficiar 12 mil famílias. 


Murilo Silva, editor do Conversa Afiada

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